Diminuir infecções respiratórias em pessoas diabéticas. Essa é uma nova função de uma proteína presente no corpo humano encontrada por pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). A nova descoberta ainda não foi testada em humanos, mas os resultados apresentados em animais foi o suficiente para concluir o estudo.Os experimentos em ratos diabéticos foram feitos injetando dois tipos de fármacos: um que estimulava o efeito da proteína SGLT1 e outro que bloqueava o efeito dela. A pesquisa mostra, pela primeira vez, que o papel da SGLT1 no tecido pulmonar diminui a concentração de glicose e a proliferação bacteriana no líquido de superfície das vias, reduzindo o risco de pneumonia.O estudo surgiu de um problema vivenciado nos hospitais. “A gente percebia, quando ia falar com o pessoal da clínica e lendo os trabalhos importantes, que indivíduos diabéticos morriam muito mais de infecções bacterianas ou tinham infecções especificamente no pulmão, que eram muito mais difíceis de serem tratadas”, afirmou o professor do Instituto de Ciências Biomédicas da UFU Robinson Sabino Silva, que é um dos responsáveis pela pesquisa.Quem tem diabetes sofre mais com infecções, porque o excesso de glicose no organismo pode causar danos ao sistema imunológico. Os glóbulos brancos, responsáveis pelo combate a vírus, bactérias e outros agentes infecciosos, ficam menos eficazes com a hiperglicemia.De acordo com Silva, o próximo passo é fazer o teste em humanos. “A avaliação foi realizada apenas em ratos e teve o objetivo alcançado. Agora é testar nos humanos, mas não temos data especifica para isso, pois dependemos de recursos, que podem demorar”, afirmou Silva.O trabalho abre perspectivas para o desenvolvimento de novos fármacos para o tratamento de infecções respiratórias em pacientes diabéticos no âmbito hospitalar. “Mostramos que algumas drogas poderiam melhorar o funcionamento dessa proteína”, explica o professor.A pesquisa intitulada “Atividade do SGLT1 em células alveolares do pulmão de ratos diabéticos” foi realizada em parceria com a Universidade Federal de Alagoas (UFAL), a Universidade de São Paulo (USP), e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Esse estudo foi publicado no mês passado na revista “Scientific Report”, que é um dos mais conceituados periódicos científicos do mundo. Leia aqui.DiabetesNo Brasil, os casos de pessoas com a doença aumentaram 40% desde 2012, segundo o Ministério da Saúde. De acordo com a Federação Internacional de Diabetes (IDF), diabetes é uma das doenças crônicas mais prevalentes na atualidade e atinge proporções epidêmicas em todo o mundo, constituindo um grande problema de saúde pública. Atualmente, existem 415 milhões de pessoas diagnosticadas a em todo o mundo. Isso significa que um a cada 11 adultos no planeta têm diabetes.Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de pessoas com a doença está crescendo muito em países de média e baixa renda. Além disso, um a cada sete partos é afetado por diabetes gestacional. A expectativa é de que, em 2040, 642 milhões de pessoas sejam diagnosticadas.Diabetes é uma doença crônica que ocorre quando o pâncreas não produz insulina suficiente ou quando o corpo não pode usar eficazmente a substância que produz.A insulina, um hormônio que regula o açúcar no sangue, é responsável por fornecer a energia que o ser humano precisa para viver. Sem a presença dela no organismo, o açúcar se acumula a níveis prejudiciais no sangue.FONTE: CORREIO DE UBERLÂNDIAhttp://www.correiodeuberlandia.com.br/cidade-e-regiao/proteina-que-reduz-infeccao-pulmonar-em-diabeticos-e-descoberta/